sábado, 9 de outubro de 2010

Reservas em dólares: Lula US$257 bi x FHC US$17 bi

José Prata Araújo

O candidato José Serra e o PSDB querem convencer a população brasileira de que o ponto fraco de nossa economia são as contas externas, que chegam a caracterizar de “herança maldita”. Como assim? Que números o PSDB e seu candidato a presidente têm a apresentar aos brasileiros na questão crucial das reservas internacionais em dólares, principal indicador da saúde das contas externas? Os números dos governos Lula e FHC estão expressos na tabela abaixo. O governo Lula, para blindar nossa economia contra as crises externas de grande magnitude, conseguiu acumular reservas em dólares como nunca antes nesse País, num total de US$257,298 bilhões.

Já o governo FHC, mesmo com todas as gentilezas oferecidas aos grandes capitalistas internacionais – taxa de juros de 45% ao ano, privatizações selvagens, dolarização de parte da dívida interna, dentre outras barbaridades – nunca conseguiu acumular reservas expressivas em dólares. Elas eram de apenas US$17 bilhões no final de 2002, sem os empréstimos do FMI. Foi por não possuir uma posição robusta nas reservas em dólares que o Brasil quebrou duas vezes com FHC, em crises de pequena intensidade e que não serão mais que notas de pé de página na história econômica, tendo o Brasil recorrido ao FMI e aceito suas políticas recessivas e privatistas.

RESERVAS INTERNACIONAIS DO BRASIL
(1994 – US$/bilhões)
ANO
VALOR BRUTO
VALOR LÍQUIDO SEM EMPRÉSTIMOS DO FMI
1994
38,806
38,806
1995
51,840
51,840
1996
60,110
60,110
1997
52,173
52,173
1998
44,556
39,756
1999
36,342
27,542
2000
33,011
31,211
2001
35,866
27,566
2002
37,823
17,023
2003
49,296
20,996
2004
52,934
28,034
2005
53,779
53,779
2006
85,838
85,838
2007
180,333
180,333
2008
206,805
206,805
2009
239,054
239,054
2010 (julho)
257,298
257,298
Fonte: Banco Central, Ipea/Data, Ministério da Fazenda

Se Lula tivesse seguido os conselhos da oposição demotucana teria quebrado o Brasil na grande crise de 2008/09. Não foram poucos os tucanos e economistas aliados que se colocaram contra a elevação do patamar das reservas. Um deles foi André Lacerda, editor do Portal do ITV – Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, que, no artigo “Sem motivo para comemorar”, criticou “a armadilha das reservas-monstro”, afirmou que “economistas têm se dedicado a calcular quanto empilhar reservas tem custado ao pobre Brasil” e que o crescimento das reservas tornou-se “uma dor de cabeça”. Ele se referia aos custos fiscais de se manter reservas elevadas (clique aqui para ler a íntegra do artigo).

Brevemente, em mais um capítulo de nossa série, vamos mostrar os gigantescos custos fiscais das duas falências do Brasil no governo FHC por falta de reservas em dólares.

O Brasil entre dois caminhos nas contas externas: seguir com Dilma e Lula com mais desenvolvimento econômico, fortalecimento das reservas internacionais e FMI nunca mais. O outro caminho é o retorno do neoliberalismo de Serra e FHC, com mais vulnerabilidade de nossa economia e o retorno ao FMI e seus ajustes privatistas e antipopulares.

Para ler Petrobras x Petrobrax, clique aqui

Para ler geração de empregos: FHC x Lula, clique aqui

José Prata Araújo é economista.


Copiado do Blog Limpinho e Cheirosinho


voltar ao topo