sábado, 27 de agosto de 2011

Guerra mediática e Nato Assassina

Informação incorrecta



Só algumas notas. Aliás: um pedido.

Alguém sabe o que se passa na Líbia? Alguém tem notícias certas?

Porque a situação seria ridícula se não fosse que esta é uma guerra.

Há alguns dias (no mínimo desde o passado Domingo) os rebeldes conquistaram Tripoli: esta é a notícia divulgada pelos media.

Hoje a guerra continua. Mas contra quem se até o bunker de Khadafi foi pesadamente bombardeado?

Porque os rebeldes anunciaram no passado Domingo a captura do filho de Khadafi, Saif-Al-Islam, e este continua a deixar-se fotografar com o punho levantado no meio de forças amigas?

Como é possível para Saif-Al-Islam (capturado pelos rebeldes) ir até o hotel onde moram os jornalistas ocidentais (o Rixos Hotel), convida-los para passeio de carro para mostrar os pontos quentes de Tripoli, e depois voltar no próprio quartel geral como se nada fosse?

Quem eram as pessoas que ameaçaram os jornalistas ocidentais para que estes não divulgassem as imagens dos hospitais bombardeados pelas forças da Nato?

Porque os seguintes jornalistas e outros ainda foram ameaçados de morte após terem divulgados notícias contrárias à versão da Nato?


  • Lizzie Phelan, que relata como Khadafi distribuiu armas entre os cidadãos para resistir aos ataques;
  • Meyssan (Rede Voltaire), que descreve os bombardeios da Nato ao longo da noite para que os rebeldes pudessem avançar no dia seguinte;
  • Madhi Nazemroaya, que na televisão Russia Today fala das ameaças de morte.
Porque algumas embaixadas se ofereceram para acolher estes jornalistas ameaçados e as forças da Nato circundaram as mesmas embaixadas, impedindo assim aos jornalistas de poder refugiar-se nelas?
Como é possível que Jihadistas do Afeganistão estejam presentes entre as forças rebeldes, sem que ninguém da Nato tenha alguma coisa a dizer? (mas no afeganistão a mesma Nato não está a combater estes Jihadistas? Ok,ok, vamos em frente, pois também aqui haveria muito para dizer...)

Como é que já circulam fotografias de Khadafi morto? (Photoshop)

Entretanto, é bom lembrar alguns pontos.



  • O embargo das armas foi aplicado apenas para uma das partes do conflito: o governo líbio não foi autorizado a armar-se, os rebeldes são armados pela França e pelo Qatar (e por muitos outros estados, provavelmente).
  • O governo da Líbia e a União Africana querem começar as negociações de paz, a Nato e os rebeldes não querem falar de paz mas continuar a bombardear o País.
  • A Nato está claramente a tomar o lado dos rebeldes, e, portanto, viola a resolução da ONU que não diz nada sobre o facto dalguns civis serem mais dignos de protecção do que outros.
  • O objetivo da Nato tornou-se a destruição da possibilidade do povo líbio poder defender-se contra os bombardeiros estrangeiros e alguns grupos rebeldes que não representam o povo da Líbia; muitos soldados também foram mortos enquanto estavam numa atitude defensiva, na protecção dos civis contra as atrocidades cometidas pelas forças rebeldes.
  • A resolução da ONU nada diz sobre a possibilidade de derrubar o líder dum País soberano: mas é exactamente isso que a Nato está a fazer.
  • A televisão estatal da Líbia foi bombardeada após ter mostrado as atrocidades e as muitas mortes causadas pela Nato e pelos rebeldes: quem, no interior da Nato, autorizou esta operação?
  • A Batalha de Tripoli não acabou e já as companhias de petróleo estão em luta para ganhar o controle dos campos de petróleo da Líbia, os presidentes dos Países da Nato planeiam o que fazer com a Líbia, como se tivessem o direito de determinar o futuro daquele País.
  • A realidade é muito mais triste e revoltante do que os media ocidentais gostam de contar: a Nato bombardeia a entrada oeste de Tripoli contra tudo o que se mexe, há atiradores que disparam contra soldados e civis, há forças do MI6 e da CIA mais alguns "contractors" de empresas mercenárias como a Blackwater.
Tudo isso, querido Leitor, acontece não "apesar de si", mas "graças a si": pois a Nato, com os vários exércitos, está aí com dinheiro do contribuinte.
E quem é o contribuinte?  

Ipse dixit.

Fontes: BBC, BBC(2), The Huffington Post, DailyMotion, AgoraVox, WaterPut,

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